SEQUÊNCIA DE ENSINO POR INVESTIGAÇÃO (SEI) “ABELHA SUMIU! E AÍ?”: PROPOSTA INTERDISCIPLINAR DE CIÊNCIAS E FÍSICA PARA OS ANOS INICIAIS

  • Luciano Gustavo Oliveira Silva Instituto Federal do Rio de Janeiro /IFRJ
  • Eline Deccache-Maia Instituto Federal do Rio de Janeiro /IFRJ
  • Grazielle Rodrigues Pereira Instituto Federal do Rio de Janeiro /IFRJ
  • Christine Ruta Instituto Federal do Rio de Janeiro /IFRJ
  • Lucrécia Martins Oliveira Instituto Federal do Rio de Janeiro /IFRJ
Palavras-chave: Ensino de Ciências; Sequência de Ensino por investigação SEI; Alfabetização científica.

Resumo

Face à construção de uma nova perspectiva para o ensino de Ciências, novas estratégias são propostas para afastar a simples transmissão de informações. Pelo contrário, desenvolver no aluno o protagonismo para a construção do conhecimento. Diante desse contexto, o ensino por investigação pode ser um facilitador do desenvolvimento de competências para os alunos do ensino fundamental. O ensino por investigação inicia com uma problematização e é uma estratégia didática que aborda o questionamento e a construção do próprio conhecimento. O objetivo deste trabalho é apresentar uma Sequência de Ensino Investigativa (SEI) como proposta didática para os anos iniciais do ensino fundamental. A sequência começa com a problematização da morfologia do corpo dos insetos, segue para a etapa de observação e comparação das estruturas morfológicas, passa pela análise do processo de polinização e propõe a realização do experimento de física para discutir o desaparecimento de abelhas pelo uso extensivo de agrotóxicos e, com isso concluir sobre a importância dos insetos para o equilíbrio dos ecossistemas. A SEI, por nós denominada “A abelha sumiu! E aí?” foi vivenciada por 317 alunos. A proposta foi desenvolvida entre os meses de fevereiro de 2022 a julho de 2022 no Museu Interativo de Ciências do Sul Fluminense – MICInense para os alunos dos anos iniciais do ensino fundamental. Como resultado verificamos que a proposta demonstrou ser lúdica, aumentou a curiosidade e estimulou o interesse dos alunos a realizar descobertas, adquirindo, deste modo, novos conhecimentos, entre eles o de física, introduzindo já nos anos iniciais de forma interdisciplinar como preconiza a BNCC. Sendo assim, percebemos a importância em construir e aplicar novas Sequências de Ensino por Investigação, alinhadas com a alfabetização científica, a fim de promover uma educação reflexiva, estimulando a formação de cidadão crítico, capaz de compreender a Ciência e utilizar seus conhecimentos para tomada de decisões

Biografia do Autor

Luciano Gustavo Oliveira Silva, Instituto Federal do Rio de Janeiro /IFRJ

Doutorando em Ensino de Ciências pelo Instituto Federal do Rio de Janeiro. Possui Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1996), Bacharelado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1998), Mestrado em Biologia Animal pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (2000) e Especialização em Gestão Escolar - Orientação e supervisão pela FESL / São Paulo (2018). Professor de ensino fundamental, médio e técnico das redes Estadual, Municipal e Particular desde 1997, sócio-fundador do Museu Interativo de Ciências do Sul Fluminense - MICInense; uma parceria entre a UFRJ e a Prefeitura Municipal de Barra Mansa, atuando como coordenador geral. Coordenador-Fundador da MoCEM - Mostra de Ciências das Escolas Municipais de Barra Mansa. Atua como coordenador em diversos projetos de pesquisa financiados pelo CNPq, FAPERJ, MCTI e Instituto TIM.Seu trabalho em divulgação científica vem sendo reconhecido por diferentes entidades, através de premiações recebidas: Menção Honrosa pelo conjunto de trabalhos apresentados na Fundação Oswaldo Aranha, Menção Honrosa pelo trabalho sobre a MoCEM e Melhor Trabalho de extensão sobre o MICInense, ambos na Jornada da UFRJ. Também recebeu prêmio “Melhores Práticas em Educação” do Rio de Janeiro pelo Tribunal de Contas do Estado. Condecorado pela Câmara Municipal de Barra Mansa com Monção de Congratulação pelos serviços prestados em Educação e divulgação científica no município. A Câmara Municipal também lhe concedeu a Medalha Clécio Penedo, mais alta honraria conferida pela instituição às pessoas que se destacam na realização de projetos em arte, educação e cultura. Em 2018, recebeu o Prêmio Especial Ano Oswaldo Cruz concedido pela Fundação Oswaldo Cruz pelo trabalho em ensino de Ciência desenvolvido na região Sul Fluminense. Em 2019, recebeu também o Prêmio “ Professor de Ciências do Ano”, conferido pela FESBE / Federação de Sociedades de Biologia Experimental e homenageado na XXXIV Reunião Anual. Atua desde 2004 na graduação e pós graduação. Foi Professor do Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA/FOA) e membro do Núcleo Docente Estruturante do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas - NDE. Atuou como tutor de pós graduação e graduação de 2004 à 2014 no Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro, foi diretor de unidade escolar da Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro e coordenador de área da Secretaria Municipal de Educação. Foi gerente pedagógico da Secretaria Municipal de Educação de Barra Mansa, gerenciando 70 unidades de ensino do município. Interesse principalmente nos seguintes temas: Ensino de Ciências, Educação formal e não formal , Divulgação Científica e Biologia Animal.

Eline Deccache-Maia, Instituto Federal do Rio de Janeiro /IFRJ

Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, mestrado em Sociologia e Antropologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e doutorado em Antropologia Social pelo Museu Nacional - Universidade Federal do Rio de Janeiro. Concluiu o Pós-doutorado pela FIOCRUZ-Ba, atuando como pesquisadora no projeto de popularização de ciência: Ciência na Estrada: educação e cidadania, exercendo o papel de vice-coordenadora do mesmo. Acumulou experiência na área de Antropologia, com ênfase em Antropologia Urbana, principalmente nos seguintes temas: juventude, educação, esporte, saúde, políticas públicas e popularização de ciências e Ensino de Ciências. É professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro vinculada ao Programa de Pós Graduação Stricto Sensu em Ensino de Ciências (PROPEC) e é líder do Grupo de Pesquisa Ciência, (Arte), Tecnologia e Sociedade - C(A)TS.

Grazielle Rodrigues Pereira, Instituto Federal do Rio de Janeiro /IFRJ

Professora Titular do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, Doutora em Ciências Biológicas (Biofísica) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Mestre em Ensino de Biociências e Saúde (Instituto Oswaldo Cruz/FIOCRUZ), Especialista em Neuroeducação e Licenciada em Física. É bolsista produtividade do CNPq 2. Foi Diretora Geral do Campus Mesquita do IFRJ de 2013 a 2018 e, atualmente é a Diretora de Ensino do Campus Mesquita do IFRJ. Foi diretora e fundadora do Espaço Ciência InterAtiva do IFRJ. É orientadora permanente nos Programas de Pós-Graduação em Neuroeducação (Campus Mesquita/IFRJ), Educação e Divulgação Científica (Campus Mesquita/IFRJ), bem como nos Programas de Pós-Graduação stricto sensu em Ensino de Ciências (Campus Nilópolis/IFRJ) e em Educação, Gestão e Difusão Científica do Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo De Meis da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Líder do grupo de pesquisa em Neurociência, Design e Divulgação Científica (sinapse Lab). Desenvolve pesquisa, ensino e extensão em Divulgação Científica em Centros e Museus de Ciências; Neurociência Cognitiva; Transtorno do Espectro Autista.

Christine Ruta, Instituto Federal do Rio de Janeiro /IFRJ

Desde 2007 é Professora da UFRJ e do Programa de Pós Graduação em Zoologia do Museu Nacional. É Coordenadora do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ (2022- ) e Superintendente de Divulgação Científica do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ (2022- ). Foi Pesquisadora Visitante do Institut Jacques Monod (CNRS/ParisVII-Sorbonne, 2017-2020). Possui Licenciatura e Bacharelado em Ciências Biológicas/Ecologia (UFRRJ), Mestrado em Ecologia (UFRJ), Mestrado em Biodiversité: Génétique, Histoire et Mécanismes de lEvolution (ParisVI/Sorbonne), PhD em Diversité du Vivant (ParisVI/Sorbonne), e Pós Doutorado (UFV/UFRJ). Atua nas linhas de pesquisa: sistemática, molecular, evo-devo e ecologia, com ênfase em Annelida, e em divulgação científica. Implementou o primeiro cultivo em região tropical do organismo-modelo Platynereis para estudos em eco-evo-devo e de mudanças climáticas. Responsável pelo Laboratório de Biologia Integrativa de Organismos Marinhos (LABIOM). É coordenadora-fundadora do projeto Scientificarte (2006- ) e do Museu Interativo de Ciências do Sul Fluminense - MICInense (2010- ). Criou e organizou eventos acadêmicos, como a SiAC UFRJ-Macaé e o CIAPEB, um congresso internacional científico-cultural laureado pela França e pelo Brasil. Foi Diretora de Extensão do NUPEM (2007-09) e Coordenadora de Extensão da UFRJ-Macaé (2012-14). Participou da redação da Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos na UNESCO, França (2005). Em organizações profissionais foi Presidente da Federação dos Pesquisadores e Estudantes Brasileiros no Exterior - FAPEBE (2004-05), Presidente da Associação dos Pesquisadores Brasileiros na França - APEB-Fr (2004-05), 2a Vice-Presidente do Sindicato dos Docentes da UFRJ - AdUFRJ (2019-2021), e Conselheira Titular da AdUFRJ (2021-2022). É membro das sociedades científicas: Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC, Sociedade Brasileira de Zoologia - SBZ, Pan American Society for Evolutionary Developmental Biology e European Society for Evolutionary Developmental Biology. Defende a Educação, a Ciência e a Cultura para todas e todos.

Lucrécia Martins Oliveira, Instituto Federal do Rio de Janeiro /IFRJ

Licenciada em Ciências Biológicas - UFRJ , Especialista em Ensino de Ciências e Biologia IBqM/CCS/UFRJ, Mestre em Ensino de Física - UFF. Docente na Secretaria Estadual de Educação - no CEJA Paulo Freire e Prefeitura Municipal de Barra Mansa onde atua como tutora do MICInense - Museu Interativo de Ciências do Sul Fluminense. Tem experiência na área de Divulgação Científica, Educação não formal , atuando principalmente com alunos de Ensino Fundamental e médio. Tenho grande interesse em Educação de Jovens e Adultos.

Publicado
2023-12-18